Quem cá estava há exactos cinquenta anos não se espantou com a movimentação das tropas das Caldas. Esperava-se qualquer coisa a qualquer momento.
Era ideia generalizada que o regime estava em estertor e que qualquer abanão um pouco maior o faria cair.
Só restava a dúvida de que lado viria o abanão: se do lado esquerdo, se do lado direito.
Um mês e tal depois se obteria a resposta.
do arquivo online do Diário de Lisboa do acervo da Fundação Mário Soares
Achar que um político deve ser coerente para além da efémera memória dos povos é ingenuidade gritante.
Ainda assim o Sr. Macron merece uma referência por duas declarações que sem dificuldade se vêem antagónicas. É certo que passaram 7 anos entre uma e outra. Talvez esses 7 anos sejam o suficiente para apagar da memória o que já foi dito. E assim se valide o ziguezague.
Em termos formais, e para já, com os resultados conhecidos, quem ganhou a eleição foi o PS.
A AD (PSD+CDS+PPM) não supera o PS. Nem em votos nem em mandatos.
Só contando com os votos obtidos na Madeira por outra coligação diferente (PSD+CDS) é que é ultrapassado o resultado do PS.
Daqui se infere que a coligação ou partido mais votado é o PS. Ainda que o PSD somado com o CDS tenha mais votos e mais mandatos. Informalmente.
Não ouço nem vejo isto ser referido na imprensa.
* Em tempos, uma figura socialista da política portuguesa, confrontada em tribunal por determinadas acusações, iniciava toda a sua argumentação pela expressão “em termos formais...”.
Entrevistada por um canal de televisão, a popular decerto uma democrata, dizia sem rebuço que não concordava com o resultado desta eleição.
Comité Internacional do Ádipe Ofídico
Portanto, trata-se de distribuir a inexistente riqueza de diferentes formas. É só disso que se trata.
Não se ouve um pio sobre política para a criação da dita riqueza, produção industrial, produtividade, etc.
Em suma, vendem-se sonhos em frascos assim:
Imagem surripiada acolá e alterada
Isto para além da negação da realidade que o pensamento politicamente correcto promove para que não se trilhem susceptibilidades mais incendiáveis.
É tudo isto o que está no frasco da banha da cobra, brandido em todos os rossios deste pobre país.
Não se aproveita um!
O dia de reflexão, cuja utilidade é por estes tempos questionada, tem duas virtudes: uma, é a de dar descanso dos feirantes; outra, é a de proporcionar aos candidatos a sua imagem reflectida num espelho côncavo.
Não terá decerto sido o da lenda, mas fez lembrar.
Quadro do IPMA
Quem tenha idade para se lembrar dos anos 70 saberá que os climatologistas eram praticamente unânimes em afirmar que não existiam dados que confirmassem as alterações climáticas que eram amiúde referidas pela vox populi: “Desde que eles foram à Lua, isto nunca mais foi o mesmo.”
Pois bem, passaram 50 anos e a memória do povo continua a traí-lo.
E nesse ínterim os climatologistas agora de serviço desdizem o que os seus antecessores proclamavam.
A boa ciência, que não adere a modas, evolui aprofundando teorias, melhorando métodos, criando maiores aproximações à descrição dos fenómenos. A má ciência, ancorada em papagaios acríticos, torna-se caixa de ressonância de modismos pouco analíticos, sujeitos a desmentido a breve trecho.
O que é relevante neste caso é que aparentemente os dados que não existiam há 50 anos já existem hoje, uma vez que a teoria em voga dita que as alterações climáticas vêm do início da época industrial.
Entretanto a exaustão dos recursos, a superpopulação e a poluição dos habitats são letra morta entre os politicamente correctos. Não angariam votos nem ficam bem na estante das ideias feitas.
Do Chega ao Bloco de Esquerda, os cabecilhas que se apresentam a escrutínio todos juntos não fazem um.
E o que não falta é cópia de encómios a todos e a cada um, equiparando-os à papeleira da Ericeira.
Nas fasquias baixas passa qualquer um.
A qualidade que muitos atribuem a torto e a direito a fracos políticos está afinal patente em simples papeleiras de rua.
Não admira assim que seja dom espalhado ao desbarato.
Já está disponível a formulação de 2024.
Imagem surripiada acolá e alterada
Em todas as feiras.
Não se aproveita um.
Ao ter que lidar com o atendimento à distância de qualquer serviço público (não me recordo de um só em que não tenha acontecido) depara-se-me sempre o mesmo imbecil, incapaz de perceber uma pergunta formulada em português e, claro, dotado de um manual de procedimentos que não hesita em declinar.
Ou se trata de facto de uma barreira eficaz contra a turba que reclama e contesta ou, não sendo isso, é o resultante da fornada de imbecis que a cada ano se vai formando nas escolas, fruto das absurdas teorias facilitistas e coitadinhistas.
Tenho saudades de pessoas certas no lugar certo, sabedoras dos assuntos de que se ocupavam.
Um destes dias cruzei-me com um dos meus primos numa estrada muito concorrida. Sei-o não porque lhe reconheci a cara mas o carro, um veículo singular.
Veio-me à memória nessa altura o que sucedia outrora com os cruzamentos nas estradas do meu Alentejo.
A partir de um certo ponto nas viagens para Sul nos escassos cruzamentos que então ocorriam era quase certo identificar pelo carro o condutor que seguia em sentido contrário ou aquele que nos ultrapassava ou era ultrapassado.
Como está longe esse tempo!
Goggle Maps
Esperar do edifício a que chamam justiça resultados como se ele fosse constituído por gente inteligente, é caso para esperar sentado.