porque o que tem que ser, tem muita força
Qualquer coisa sou eu
Não sei se pousas
Sobre os carris que fotografei
Ou se trazes
Odores de plateias de madeira.
Talvez sejas apenas
Uma presença num parque de árvores
Que nunca identifiquei,
Uma sede entre estevas chacinadas
Pelos verões, sob botas caneleiras
Arrastando pó.
Um outro odor metálico de
Cadeiras vermelhas, verdes, azuis ou
Amarelas, contracenando com
O meu chapéu de sol, de iguais cores.
Talvez até um som gritado
De "fruta ò chocolate".
Uma deixa numa récita,
Um biombo velho dividindo
Promiscuidades.
Um carro soando em estradas
Desertas.
Qualquer coisa.
Definitivamente minha.
SG, inéditos, 1998
Ainda que ilusões sejam, têm muita força.