Foi amor à primeira vista. Já sabia que me era destinado, só não o tinha visto.
Aquela amostra de cão que encontrei empoleirada no banco do carro, esticando-se para o volante, ia ser o meu cão.
Tinha que se chamar Militão.
O rapaz que eu não conhecia, mas parecia entender de cães e que estava ali para ensinar cães e donos, perguntou-me porquê.
Eu respondi que não sabia. Era apenas porque me tinha vindo à cabeça.
No dia seguinte, a notícia. Revoltante e trágica.
O cão foi rebaptizado, contra a minha vontade. Uma triste e não menos curiosa coincidência, argumentava eu, já em dificuldade.
Ainda hoje, o tal rapaz deve pensar que eu sabia muito mais do que disse naquela tarde.
O nome que escolhi para a cadela, meses depois, foi bem aceite.
Morreu com sete meses.
Para a que veio depois, não adiantei nenhum palpite em tempo útil. Mais tarde, sugeri um nome português, ao ver a cadela baptizada com nome de bolacha americana.
Mas vejo agora que essa opção se revelaria também tragicamente premonitória.
Nunca mais baptizo nenhum cão.
De Anónimo a 21 de Março de 2004 às 05:31
Pois é, Manuel,
Cá, temos tido mais sorte com nossos cães. Morrem, e nos deixam muito tristes, com provectas idades. O último que morreu, já cumprira deus 15 anos. Chamava-se Alfred, poodle negro (fôra; quando morreu, poderiamos dizer que era grisalho). Grande amigo!
Abração
Feranndo CalsFernando Cals
(http://www.cadaserra.blogger.com.br)
(mailto:fcals@globo.com)
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