Segunda-feira, 4 de Novembro de 2024
DANA

A tragédia em Espanha terá* atingido mais graves proporções pelo facto da intensíssima precipitação ter ocorrido em zonas a montante das mais afectadas e ter gerado enxurradas que apanharam desprevenidas populações em locais onde a precipitação não teria sido intensa ao ponto de afastar as pessoas dos caminhos da água.
É a noção com que se fica, depois de vistas as imagens, ouvidos os testemunhos e observado o mapa confrontadamente com os dados da AEMET.

*Efabulação efectuada confortavelmente instalado à secretária, sem outros meios do que as páginas da AEMET e do Iberpix, páginas de jornais e alguns canais de televisão.



por MCV às 15:42
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2 comentários:
De Manuel da Rocha a 4 de Novembro de 2024 às 18:53
Um dos grandes problemas daquela região (estender até à fronteira com a França) é que, desde 1990 para cá, o normal é construir prédios de 6 a 27 andares, que precisam de 2 a 4 andares, abaixo do solo, para estacionamento automóvel. Em prédios mais pequenos, há sempre 2 andares abaixo do nível do solo (conhecidos como sub-cave e cave). Supostamente eram para arrecadações, só que passaram a ser casas de habitação.
O mesmo para as grandes superfícies comerciais. Há muitas na zona oeste de Valência, em que 100% do parque de estacionamento são 3 a 5 andares subterrâneos.
Nas estradas, para aumentar o fluxo automóvel, fizeram centenas de túneis, alguns com grandes declives, permitindo existência de várias estradas, sendo que é mais barato isso do que fazer viadutos.
Foram as razões para o desastre que se deu. Em 1966 tiveram tanta (ou mais) chuva e morreram 5 pessoas, num carro, levado pela ribeira local (Paiporta) que transbordou. O principal ponto diferente: a ribeira tinha 19 metros de largura, de 1991 a 2000, foram feitas grandes obras, que reduziram o vão a 8 metros e canalizaram o fluxo de água, para evitar inundar caves, construídas em zonas onde a ribeira passava.


De MCV a 4 de Novembro de 2024 às 19:28
O que não invalida que as pessoas tenham sido apanhadas desprevenidas. Ou, num caso mais extremo, não tenham tido instinto de sobrevivência, ignorando ou não percebendo o risco extremo.


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