Não é novo que Santa Bárbara só seja invocada quando troveja.
O que é novo é que as trovoadas sejam mostradas com grande alarido e que se invoque não só a dita santa como todos os outros ocupantes dos altares.
E que a gritaria seja tanta que nenhuma voz, por mais bem colocada que seja, se faça ouvir.
Com a massificação, multiplicou-se e amplificou-se o erro. Com ela, o erro ganhou até estatuto de acerto.
Não é preciso correr muito para dar de caras com discussões acesas em que cada parte cultiva e afaga o seu disparate.
Em que nem um só dos argumentos faz sentido.
Em que tudo é assustadoramente primário, ainda que os galões que se dizem puxados denotem patente.
Ficam Santa Bárbara e uma legião de outros santos a pairar sobre o deserto sem perceberem onde e quando são precisos.